Violão Social

26-09-2010 17:30

 

Um violão para afastar drogas e a violência das escolas

Publicação: 26 de Setembro de 2010 às 00:00

Em Bom Pastor, na Escola Estadual Jean Memoz, a reportagem encontrou em um homem “uma força de vontade incrível para mudar a realidade dos jovens estudantes da localidade”. Por volta das 18h30, o diretor  e professor de matemática Francisco de Assis Varela estava sentado com um violão à mão e rodeado de jovens. Ensinava os encantos do instrumento para os garotos. Mais à frente um outro professor ensinava a arte da capoeira para um grupo de alunos. Se não bastasse em um terceiro espaço estavam vários jovens aprendendo o Hip Hop. Corpos suados, jovens sorrindo, mente ocupada. A visão de futuro do diretor colocou todo mundo para se exercitar. Só não participa quem não tem interesse. Ainda há aulas de cavaquinho, suingueira, tênis de mesa e quem quer também pode aprender a fazer sabão.“Aqui dentro não temos violência. Não entram com arma ou droga. Ninguém é doido não”, afirmou Francisco que administra 1400 alunos divididos em três turnos. “Uso a música para socializar. Tudo é de graça. Ninguém paga nada. Até o muro da frente todo colorido foram os alunos que pintaram”.

Questionado sobre as torcidas organizadas que costumam arrumar confusão nas escolas da cidade. Francisco assume que em Bom Pastor também há  grupinhos, mas o assunto é tratado de forma amena. “Não permito que entrem de camisa de time dentro da escola, mas liberei os bonés”.

Sobre as drogas, Francisco admite que alguns alunos são usuários. “A gente sabe, mas dentro da instituição não aceito de forma alguma”.

O diretor revelou o outro lado de muito alunos. “Vivemos uma realidade muito triste. É um desarranjo familiar. Meninas com 12 anos gravidas. Criança de 9 anos diz que quer ser bandido porque o pai é, a tia é, o irmão também é”.

Se a vida dos jovens que moram em regiões periféricas não é nada fácil, acreditar em mudança pode ser a solução.

Geraldo Manoel Nascimento, 19 anos era um dos piores alunos da escola. Vivia arrumando brigas e não conseguia evoluir até que, na própria instituição recebeu o incentivo e começou a praticar esporte – Tae Kwondo. Hoje Geraldo é o melhor  do Rio Grande do Norte na modalidade (peso 68), melhor do país e pasmem, melhor do mundo. “Era porrada. Eu batia em todo mundo. Até que mudei meu foco, Hoje sou voluntário aqui na escola e dou aulas também. Sou uma pessoa muito feliz”.